Marli Pó
sexta-feira, 10 de maio de 2013
LEISHMANIOSE: O cão é vítima, não o vilão!
Proteja seu cão com vacinas e coleiras repelentes.
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1.Se o exame sorológico realizado pela secretaria de saúde der positivo, quer dizer que meu cão tem mesmo leishmaniose?
Não necessariamente. O diagnóstico da Leishmaniose é complexo e envolve a realização de mais de um exame laboratorial associado ao exame clínico do animal feito por veterinário. Por isso é importante realizar ao menos outro exame como contra-prova. No exame sorológico realizado pelo GDF há problemas de cruzamento com outras doenças. Até verminoses comuns e erliquiose (doença do carrapato, muito comum no DF) podem dar um "positivo" no exame sorológico. Assim, seu cão pode ter apenas doença do carrapato ou vermes comuns e testar positivo para Leishmaniose!! E, independentemente de reações com outras doenças, todos os exames têm uma margem de erro.
* Centenas de cães estão sendo mortos no DF sem a certeza de terem Leishmaniose. *
Mas que exame seria essa contra-prova?
O exame de contra-prova deve ser feito por métodos parasitológico (citologia) e molecular (PCR), com material coletado da medula óssea ou linfonodo do animal.
Caso o resultado do exame sorológico feito pelo GDF dê positivo, converse com seu veterinário e peça a realização de um exame como contra-prova.
2- Se o exame sorológico do meu cão deu positivo, os agentes de saúde podem entrar em minha casa e levá-lo para matar?
NÃO. A Constituição Federal, que está acima de qualquer lei distrital e federal ou portaria, prevê que sua casa é inviolável. Ou seja, qualquer entrada não autorizada em sua casa requer ordem judicial. O Superior Tribunal de Justiça decidiu em uma Ação Civil Pública, proposta no Mato Grosso do Sul, que animais só podem ser mortos com o expresso consentimento do proprietário e após a realização de exame como prova e de contra-prova. Se algum agente de saúde o ameaçar, isso é abuso de poder. A decisão de sacrificar um animal é do proprietário, e algo muito sério. Mais informações...
3- O que eu posso fazer para meu cão não ser infectado?
VACINE seus cães – a vacina oferece de 80% a 95% de proteção, ou seja, a chance de um cão vacinado ser infectado pela doença é mínima. Existem estudos que dizem, inclusive, que mosquitos-palha (flebótomo) que picam cães vacinados podem perder a ação infectante (mais informações no nosso site). Portanto, a vacina também é um instrumento de combate à doença.
Providencie coleiras que protegem os cães contra picadas de mosquitos (Scalibor) ou pour-ons repelentes (Advantage Max 3, Pulvex Pour-on). A coleira, em particular, além de repelir o inseto, causa a morte daqueles que picam o cão, portanto, também é uma medida de combate a doença. A própria Organização Mundial de Saúde recomenda o uso dessas coleiras nos cães como medida para combater a doença.
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4- Ouvi dizer que a vacina é ineficaz, deixa o animal soropositivo e que o Ministério da Saúde não a autorizou. Ao ser vacinado, o animal não se torna um transmissor da doença para o mosquito-palha?
Nenhum animal (ou humano) contrai uma doença ao ser vacinado! Ao contrário, a vacina é mais uma proteção. Ela estimula uma reação de defesa do organismo contra o agente causador da doença.
A vacina contra a Leishmaniose oferece alto índice de proteção – 80% a 95 %. Para se ter uma idéia, a vacina anti-rábica canina distribuída pela campanha do GDF oferece até 40 % de proteção e a vacina humana contra póliomelite oferece entre 13 % e 50%.
Se o seu cão for vacinado, guarde os exames (negativos) feitos antes da vacina e o comprovante de vacinação. Ao receber os agentes de saúde, mostre estes documentos. Isso mostra que você está tomando as precauções devidas para combater a doença. Esta precaução tem sido respeitada pelos agentes no Lago Norte.
O registro de vacinas de uso animal é realizado apenas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e não pelo Ministério da Saúde (MS). O que o MS não recomenda (ainda) é o uso da vacina canina como medida de controle da leishmaniose visceral humana.
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5- O que a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz sobre o método de sacrifício de cães como forma de combater a Leishmaniose?
Ao contrário do que tem sido divulgado, a OMS e vários pesquisadores questionam a eficácia do sacrifício de animais como medida de combate à doença. Isso é visto claramente no DF, onde a doença, mesmo com a matança de centenas de animais na região do Grande Colorado.
A matança de cães é ineficaz, entre vários motivos, porque:
Vários outros animais (inclusive humanos) também são reservatórios da doença para o mosquito;
O alarmismo causado ao se culpar os cães aumenta as taxas de abandono desses animais, aumentando, conseqüentemente, o número de cães errantes e imunodeprimidos que podem ser alvos da doença;
Pessoas que tem seus animais sacrificados, frequentemente levam outro animal para casa sob as mesmas condições de exposição à contaminação, principalmente filhotes ainda não imunizados.
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5- Tratamento
Existe tratamento para Leishmaniose. Informe-se com seu veterinário e com a ProAnima. Mais informações...
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